TRAUMA: na mente, no corpo e na vida

O trauma psicológico se releva de maneiras diferentes, pois cada pessoa tem o seu meio de reação perante a situação de risco ou experiência imprevisível experienciado.

Uma determinada pessoa pode passar pela situação traumática e sentir insegura ou ficar impressionada, enquanto outra vivencia o mesmo cenário e pode sentir-se agradecida, por exemplo.

Cada pessoa é única e reage de um jeito perante a situação de trauma.

Quando ocorre um determinado evento que causa um imenso choque psicológico, quase impossível de se suportar, aparece o que intitulamos de trauma.

O trauma psicológico começa a partir de uma experiência dolorosa, chamada de memória traumática, o que se identifica, por exemplo, a soma de sentimentos experimentados a partir do ocorrido.

A memória traumática é acessada quando a pessoa revive as emoções relacionadas ao evento traumático, o que inclui os gatilhos e sensações angustiantes em volta do trauma psicológico experienciado.

Traumas psicológicos: sintomas

  • Úlceras
  • Palpitações
  • Dor no coração
  • Alergias
  • Fibromialgia
  • Irritabilidade
  • Ansiedade
  • Agressividade
  • Conflitos
  • Apatia
  • Pesadelos
  • Dificuldades em dormir
  • Agitação constante
  • Desinteresse pelo presente e futuro
  • Dificuldade de concentração, e outros…

A mente, corpo e vida são influenciados pelo trauma psicológico

Os traumas psicológicos ocorrem após a vivência de eventos que envolveram algum risco (real ou imaginário) para a pessoa e podem abranger desde violência física, acidentes, doenças graves, quedas, perda súbita de uma pessoa amada, altos níveis de estresse durante a gestação, partos difíceis, procedimentos cirúrgicos, dentários e médicos ou psicológica a desastres naturais.

Peter Levine, um médico americano renomado na área, diz que “a maioria de nós foi traumatizado, não só os soldados ou vítimas de abuso, ou de ataques. Tanto as fontes quanto as consequências do trauma têm uma grande amplitude, e frequentemente estão ocultas de nossa consciência”.

Em seu livro ele complementa que “os sintomas traumáticos não são causados pelo acontecimento desencadeador em si mesmo. Eles vêm do resíduo congelado de energia que não foi resolvido e descarregado; esse resíduo permanece preso no sistema nervoso (cápsula traumática) onde pode causar danos a nosso corpo e espírito.”

O autor explica que “esse tornado de energia é o ponto focal a partir do qual se formam os sintomas de estresse traumático. E a energia residual não vai simplesmente embora.”

Levine continua: “ela persiste no corpo e, com frequência, força a formação de uma grande variedade de sintomas: por exemplo, ansiedade, depressão e problemas psicossomáticos e comportamentais.”

Sendo assim, o trauma psicológico influencia na mente, no corpo e na vida da pessoa, que muitas vezes nem precisa vivenciar a situação traumática ativamente, só o fato de ver um cenário parecido, como um acidente, por exemplo, pode ser suficiente para estimular a reação traumática.

O corpo reage fisiologicamente quando acontece da pessoa que vivenciou uma situação traumática, mas nem sempre a pessoa recorda do fato estressor, porque quando o trauma acontece, o cérebro, que é muito inteligente, bloqueia algumas lembranças vividas no momento traumático.

Por esse motivo muitas pessoas dizem que não se lembram de sua infância e de alguns momentos da vida.

Deste modo, a pessoa não lembrando do fato ocorrido na ocasião do trauma, teoricamente, não sofre, mas o cérebro não consegue bloquear as sensações corporais que a pessoa passa quando o trauma acontece, como a fadiga, tremor, choro intenso, medo, estado de congelamento, dormência, tensão muscular, dores de cabeça, náuseas e perda de apetite.

Ou seja, a pessoa muitas vezes não sabe o motivo do que está sentindo no corpo, porque a lembrança foi bloqueada, no sentido de proteção, mas a memória do corpo está presente e expressando a dor do trauma.

Esly Carvalho conta em seu livro Curando a Galera que Mora Lá Dentro que “uma das coisas que o trauma nos tira é a capacidade de escolha.

Esly complementa que “fomos criados para ter livre arbítrio. A saúde sempre implica na possibilidade de escolher como vou responder ou atuar.”

A autora pondera que “o trauma acaba com essa capacidade de escolha e nos obriga a repetir comportamento.

Esly continua: “quem sabe isso nos ajuda a entender porque certas pessoas repetem condutas destrutivas, mesmo quando não querem fazer isso.”

Levine, o autor mencionado acima, esclarece que “algumas pessoas traumatizadas são incapazes de superar a ansiedade de sua experiência, permanecendo sobrecarregadas pelo acontecimento, derrotadas e aterrorizadas, ficam incapacitadas de se envolver novamente com a vida, pois estão virtualmente aprisionadas por seu medo.”

Esly defende que “vale a pena averiguar sua história de vida e ver em que momento essas lembranças começaram a se congelar. Estátuas não nos oferecem alternativas de conduta.”

Além disso, por estar relacionado diretamente à memória, o trauma psicológico aumenta a hipótese de desenvolvimento de algum transtorno, que vão desde a síndrome do pânico até o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), por isso é importante buscar ajuda capacitada.

Trauma psicológico: tratamento

É normal que após a vivência do trauma você se isole e nem saiba que de fato vivenciou uma situação traumática. Portanto, o primeiro passo é observar os sintomas e evitar ficar sozinho (a).

Se causar desconforto (o que é natural, afinal o trauma psicológico dispara diversos gatilhos), não precisa falar a respeito da situação negativa vivenciada.

Só o fato de sentir-se acolhido (a) causa um sentimento de conforto e evita o isolamento.

Caso não consiga, é importante que a pessoa que vivenciou o trauma psicológico procure uma ajuda especializada de um profissional da saúde mental.

A ajuda capacitada de um profissional da saúde mental é importante para entender, ressignificar e reprocessar os traumas psicológicos vivenciados.

O profissional da saúde mental pode ajudar especialmente se:

  • Estiver com desvios funcionais em casa ou no ambiente organizacional
  • Sofrer com medos, pesadelos, insônia, ansiedade ou depressão
  • Perceber que está tendo dificuldades em firmar relacionamentos
  • Estiver revivendo lembranças horríveis
  • Para se sentir melhor, estiver usando álcool ou drogas

Peter Levine explica que “a cura do trauma depende do reconhecimento de seus sintomas. Os sintomas traumáticos em geral são difíceis de reconhecer, pois em grande medida são resultado de respostas primitivas.”

Muitas vezes nem sabemos que passamos por uma situação traumática, por isso, Peter Levine completa que “as pessoas não precisam de uma definição do trauma; precisamos da experiência de sua sensação.”

O método Brainspotting, EMDR e Experiência Somática-SE os quais também possuo formação, possibilita o acesso a memórias esquecidas devido a vivências traumáticas e assim, desvincula a perturbação desta memória, para que o indivíduo viva de maneira mais saudável.

Para finalizar, deixo com vocês uma citação de Levine em que sabiamente diz: “O trauma resolvido é uma grande dádiva, devolvendo-nos ao mundo natural de marés e fluxo, harmonia, amor e compaixão”.

Se quiser saber mais a respeito do meu trabalho voltado ao reprocessamento de traumas é só acessar o link de contato para marcarmos um horário de atendimento.

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